Dida, o Ídolo do Rei: A História do Gênio Alagoano que Inspirou Zico

 Todo grande rei teve seus heróis de infância, aqueles que acenderam a chama da paixão. E antes de Zico se tornar o maior ídolo da história do Flamengo, seus olhos de menino, nas arquibancadas de geral do Maracanã, brilhavam por um outro gênio: Edvaldo Alves de Santa Rosa, o eterno Dida. Com um futebol elegante, técnico e mortalmente eficiente, o craque alagoano não foi apenas um dos maiores jogadores de sua era; ele foi o ídolo que inspirou o Rei. Esta é a história do campeão do mundo em 58, o segundo maior artilheiro da história do Flamengo e o primeiro grande herói do nosso Galinho de Quintino.


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O Gênio de Alagoas que Conquistou o Maracanã

Nascido em Maceió, Alagoas, Dida foi revelado pelo CSA, onde seu talento excepcional já chamava a atenção. Em 1954, desembarcou na Gávea, ainda muito jovem, para se juntar a um elenco estelar. Fez parte do grupo que concluiu o segundo tricampeonato carioca do clube, em 1955, aprendendo com os craques da época. Com a saída de ídolos como Evaristo de Macedo para a Europa, Dida assumiu o protagonismo e se tornou a principal referência técnica e o grande ídolo do Flamengo por quase uma década.

O Artilheiro Silencioso: Uma Década de Gols e Classe

Dida era um meia-atacante de estilo clássico e refinado. Não era um jogador de força, mas de uma inteligência e técnica primorosas. Seu posicionamento era perfeito, e sua capacidade de finalização, cirúrgica. Ele fazia o difícil parecer fácil. Por anos, foi a grande esperança de gols e de brilho em um período de menos conquistas para o clube, mas liderou o time a títulos importantes como o Torneio Rio-São Paulo de 1961 e o Campeonato Carioca de 1963.

Sua eficiência o colocou em um lugar de destaque na nossa história: com 264 gols, Dida é, até hoje, o segundo maior artilheiro da história do Flamengo, superado apenas por aquele que o idolatrava.

A Inspiração do Rei: O Ídolo de Infância de Zico

A parte mais poética da história de Dida é sua conexão com o nosso maior gênio. Zico, em diversas entrevistas, sempre fez questão de dizer que Dida foi seu primeiro e maior ídolo no futebol. O pequeno Arthur ia ao Maracanã com seu pai para ver Dida jogar, sonhando em um dia ser como ele: o camisa 10 (embora Dida muitas vezes usasse a 8) técnico, inteligente e artilheiro.

Dida era o espelho do que Zico viria a se tornar. E o destino se encarregou de criar uma bela ironia: o ídolo, por muitos anos o maior artilheiro do clube, seria superado justamente por seu fã número um. Além de brilhar no Flamengo, Dida também fez parte da Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, um feito que o colocava em um patamar ainda mais elevado para o jovem Zico.

Um Legado de Gols e Inspiração

Dida deixou o Flamengo na metade dos anos 60, mas seu legado é eterno. Ele foi a grande estrela que carregou o time em um período de transição, o gênio que encheu os olhos de uma geração e, acima de tudo, a inspiração para o Rei. Sua história é a prova de que os grandes ídolos não apenas criam suas próprias glórias, mas também acendem a chama para as glórias que virão no futuro.

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