Renato Abreu, o Urubu-Rei: A História do Canhão da Gávea que Personificou a Raça Rubro-Negra

 Em meados dos anos 2000, o Flamengo vivia um período de transição, carente de grandes títulos e de ídolos que personificassem o espírito da arquibancada. Foi nesse cenário que um meio-campista de sorriso fácil, entrega absoluta e um chute de canhota assustadoramente potente desembarcou na Gávea. Renato Abreu, ou simplesmente "Renight" para os mais íntimos, não era um craque de dribles mágicos, mas sua raça, seus gols de falta espetaculares e sua conexão com a Nação o transformaram em um dos jogadores mais queridos de sua geração, o eterno "Urubu-Rei".



O "Canhão da Gávea": Um Chute para Mudar a História

Contratado em 2005, Renato rapidamente mostrou suas credenciais. Era um meio-campista completo: marcava, corria o campo todo e chegava à frente com perigo. Mas sua marca registrada era o chute de perna esquerda. Suas cobranças de falta, que pareciam mísseis teleguiados, logo lhe renderam o apelido de "Canhão da Gávea". Em um time que lutava para se reencontrar, sua perna esquerda era uma das armas mais letais e uma fonte constante de esperança para a torcida.

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2006: O Herói da Copa do Brasil

O grande momento da primeira passagem de Renato Abreu foi, sem dúvida, a conquista da Copa do Brasil de 2006. Ele foi o grande protagonista daquela campanha. Com gols decisivos e atuações de gala, especialmente nas fases finais, ele liderou um time aguerrido e desacreditado ao título. Na final, contra o arquirrival Vasco, sua presença em campo foi fundamental. Aquele troféu, que encerrou um jejum de grandes conquistas nacionais, tem a assinatura do Urubu-Rei.

A Saída e o Retorno do Ídolo

Após ser peça importante também na conquista do Campeonato Carioca de 2007, Renato deixou o Flamengo para uma passagem pelo futebol árabe. Mas a conexão era forte demais. Em 2010, ele retornou para sua segunda passagem, sendo recebido com festa pela Nação, que sentia falta de sua liderança e de seus petardos de canhota. E, mais uma vez, ele correspondeu, sendo novamente um dos destaques do time por várias temporadas.

Um Legado de Raça e Identificação

Renato Abreu não está no panteão dos gênios técnicos, como Zico ou Júnior. Seu legado é de outra natureza, talvez tão importante quanto. Ele é o símbolo do jogador que entende o que a torcida quer ver em campo: raça, entrega e amor à camisa. Ele foi o ídolo de um período difícil, um dos poucos que "dava a cara a tapa" e chamava a responsabilidade. Seus gols de falta memoráveis e sua liderança em campo garantiram a ele o título mais nobre que um jogador pode receber da arquibancada: o de "Urubu-Rei".

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