Na constelação de craques que formou a Era Zico, a mais vitoriosa da história do Flamengo, para cada gênio da bola existiam jogadores de raça, lealdade e imensa importância tática. Longe de serem meros coadjuvantes, eles eram a base que permitia aos talentos brilharem. O zagueiro Luiz Cláudio de Jesus, o Manguito, foi um desses nomes. Sua história com o Manto Sagrado não é a de um folclore, mas a de um campeão brasileiro que defendeu as cores do clube com dedicação.
Um Defensor "Ouro da Casa"
Cria das categorias de base do Flamengo, Manguito subiu para o time profissional em um período de transição que culminaria na maior geração de atletas do clube. Atuando como zagueiro entre 1978 e 1981, ele era conhecido pela seriedade em campo e por um estilo de jogo aguerrido.
Seu apelido curioso vinha de um hábito peculiar: Manguito frequentemente jogava com camisas de mangas compridas ("mangas"), mesmo sob o forte calor do Rio de Janeiro, o que lhe rendeu a alcunha que o marcou na Gávea.
Veja também:
Flamengo: Olivinha, o "Deus da Raça" do Garrafão - A História do Maior Campeão da História do NBB
Peça Importante na Conquista de 1980
Embora disputasse posição com outros grandes defensores da época, como Marinho, Rondinelli e Mozer, Manguito foi uma peça importante no elenco comandado por Claudio Coutinho. Ao longo de sua passagem, disputou 77 partidas pelo Flamengo, um número que atesta sua utilidade e a confiança que recebia da comissão técnica.
O auge de sua carreira no clube foi a participação na campanha do primeiro título do Campeonato Brasileiro, em 1980. Ele esteve presente em jogos cruciais daquele torneio, ajudando a defesa rubro-negra a garantir a conquista histórica. Ser campeão ao lado de Zico, Júnior, Leandro, Andrade e Adílio colocou seu nome em uma das páginas mais gloriosas do Flamengo.
O Legado e a Despedida
Após deixar o Flamengo em 1981, Manguito seguiu sua carreira em outros clubes, mas sua identidade sempre esteve ligada à Gávea. Seu legado não é o de um craque midiático, mas o de um "operário" fundamental, um jogador "ouro da casa" que representa a fibra e a dedicação necessárias para se formar um time campeão.
Infelizmente, em 2012, Manguito sofreu uma isquemia cerebral e, dias depois, veio a falecer precocemente. Sua morte foi lamentada por todos que se lembravam daquele zagueiro sério e leal, que honrou o Manto Sagrado e ajudou a erguer um dos troféus mais importantes da imensa galeria do Flamengo.