Dejan Petković, o "Pet": A História do Gênio Sérvio e Seus Gols que Viraram Lenda no Flamengo

 Existem gols que ganham jogos. E existem gols que param o tempo, que se transformam em poesia e que são eternizados na alma de uma torcida. Dejan Petković, o "Pet", foi um artista especialista neste segundo tipo. Com uma canhota que parecia ter o poder de entortar a realidade e uma inteligência que o permitia ver o jogo em outra dimensão, o gênio sérvio não foi apenas um dos maiores jogadores estrangeiros da nossa história; ele foi o criador de mitos, o herói de momentos que pareciam perdidos. Esta é a saga do craque que chegou da Europa, foi embora, e voltou anos depois, já veterano, para se tornar herói mais uma vez.

O Craque do Leste Europeu que se Tornou Rei no Brasil

Antes de sua história de amor com o Manto Sagrado, Petković já era um nome de peso. Cria do Estrela Vermelha e com passagem pelo Real Madrid, ele desembarcou no Brasil para jogar no Vitória, onde rapidamente mostrou que sua qualidade era muito acima da média. Em 2000, o Flamengo o contratou, e a Nação passou a ter um novo maestro. Pet era um camisa 10 clássico: pensador, com um passe milimétrico, controle de bola absoluto e, principalmente, um mestre nas bolas paradas, famoso por seus "gols olímpicos".

"O Gol do Pet": A Obra-Prima de 2001

Se a carreira de um ídolo pudesse ser resumida em um lance, a de Petković seria no dia 27 de maio de 2001. Final do Campeonato Carioca, contra o arquirrival Vasco. O Flamengo precisava de um empate para conquistar o tricampeonato, mas perdia por 2 a 1. O relógio marcava 43 minutos do segundo tempo. A derrota parecia certa. Foi quando uma falta foi marcada na intermediária.

O que aconteceu a seguir é folclore. Pet ajeitou a bola com calma. Correu, bateu com uma curva perfeita de canhota e mandou a bola no ângulo, onde a coruja dorme. O Maracanã explodiu no gol mais importante e improvável da história do tricampeonato. Aquele lance não foi apenas um gol; foi batizado pela história como "O Gol do Pet", a obra-prima que garantiu o Quarto Tri da nossa história.


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A Volta do Maestro: A Vingança do "Veterano" no Hexa de 2009

Após deixar o Flamengo e rodar por outros clubes (incluindo o rival Vasco), Petković retornou à Gávea em 2009, aos 37 anos. Sua contratação foi recebida com enorme desconfiança. Era visto como um "ex-jogador em atividade". Mas Pet, mais uma vez, provou que a genialidade não envelhece.

Ele não apenas se tornou titular, mas foi o cérebro e o maestro do time que conquistou o Hexacampeonato Brasileiro daquele ano. Enquanto Adriano era a força e o coração, Pet era a mente. Foi dele o lendário gol olímpico contra o Palmeiras em uma partida crucial, e foram de seus pés que saíram as assistências para os gols de Ronaldo Angelim e outros heróis daquela arrancada inesquecível. Sua volta por cima foi uma das maiores da história do clube.

O Gringo mais Rubro-Negro: Um Legado de Pura Magia

Petković é um ídolo de duas gerações. O herói do gol impossível do Tri de 2001 e o maestro improvável do Hexa de 2009. Ele é o "gringo" que mais entendeu a alma carioca e rubro-negra. Sua história no Flamengo não é a de um atleta, mas a de um artista, um mágico cujos truques mais espetaculares foram guardados para os nossos momentos de maior necessidade.

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