Todo time campeão tem seu maestro e seu artilheiro. Mas toda equipe vitoriosa precisa, acima de tudo, de um coração; um guerreiro incansável que lute por cada palmo de grama como se fosse o último. No Flamengo campeão brasileiro de 1992, esse coração pulsante tinha nome e sobrenome: Charles Guerreiro. Com uma disposição física impressionante e uma dedicação que beirava o sacrifício, ele não era o jogador mais técnico daquele time, mas foi, sem dúvida, a sua alma. Esta é a história do paraense valente que desembarcou na Gávea para se tornar um dos volantes mais raçudos da nossa história e um pilar fundamental na conquista do Penta.
Do Norte para o Mundo: A Chegada de um Guerreiro
Charles Fabian Figueiredo Santos, o Charles, já carregava a alcunha de "Guerreiro" muito antes de chegar ao Rio de Janeiro. Nascido em Belém do Pará, ele era um ídolo absoluto no Paysandu, onde sua raça e liderança já eram lendárias. Em 1990, o Flamengo buscou no norte do país o reforço que traria a pegada e a força que faltavam ao seu meio-campo. A adaptação foi imediata.
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O Pulmão do Time de 92: Raça, Marcação e Polivalência
Se o time campeão brasileiro de 1992 tinha a classe do Maestro Júnior e os gols do artilheiro Gaúcho, era Charles Guerreiro quem fazia o "trabalho sujo" e equilibrava a equipe. Ele era o pulmão daquele esquadrão.
Marcação Incansável: Como primeiro volante, sua principal missão era proteger a defesa. Charles era um marcador implacável, com um fôlego impressionante que lhe permitia perseguir os adversários por todo o campo.
Raça como Essência: Seu estilo de jogo era a personificação da palavra "raça", tão cara à torcida do Flamengo. Ele não desistia de uma jogada, entrava em todas as divididas com lealdade, mas com uma vontade de vencer contagiante.
Polivalência: Além de sua função principal, Charles era um jogador taticamente muito útil. Sempre que o time precisava, ele atuava com a mesma competência na lateral-direita ou até mesmo como zagueiro.
Foi com ele como pilar de sustentação que o Flamengo conquistou o Pentacampeonato Brasileiro de 1992, em uma campanha marcada muito mais pela força coletiva e pela garra do que pelo futebol arte. Um título com a cara de Charles Guerreiro.
Um Ídolo da Arquibancada: A Conexão com a Nação
Um Legado de Pura Entrega
Após sua passagem vitoriosa pelo Flamengo, Charles seguiu sua carreira por outros clubes e, mais tarde, retornou ao seu estado natal, onde também teve uma carreira como treinador e na política. Seu legado no Flamengo, no entanto, é o do guerreiro por excelência. Ele é a lembrança viva de que, para ser ídolo no Mais Querido, o talento é importante, mas a raça é inegociável. Charles Guerreiro não apenas jogou pelo Flamengo; ele lutou pelo Flamengo. E isso, a Nação jamais esquece.