No Clássico dos Milhões, a história é escrita em gols, dribles, paixão e, para o lado de lá, em uma dolorosa estatística: a das finais perdidas. Quando o assunto é decisão direta de título contra o Flamengo, o Vasco da Gama carrega um fardo pesado, um número que ecoa como provocação em cada encontro: 12 vezes vice-campeão. Essa sequência avassaladora de derrotas em momentos cruciais não é apenas um dado; é a prova histórica de uma paternidade, a certidão de uma freguesia que a Nação Rubro-Negra faz questão de relembrar a cada clássico.
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O Palco Principal da Freguesia: O Campeonato Carioca
A grande maioria dessa história foi escrita no palco do Campeonato Carioca. Em 11 ocasiões, Flamengo e Vasco decidiram o título estadual, e em todas elas, a taça terminou na Gávea. A sequência é impressionante e atravessa gerações:
1978, 1981, 1986: Ainda na era Zico, o Flamengo já mostrava sua força nos momentos decisivos contra o rival.
1999, 2000, 2001: A saga do "Tri-Vice", talvez o período mais emblemático dessa freguesia. Com direito ao show de Romário em 99 e a obra-prima inesquecível de Petković aos 43 do segundo tempo em 2001, que selou o tricampeonato rubro-negro sobre o rival.
2004, 2011, 2014, 2017, 2019: A história continuou se repetindo no século XXI, com novas gerações de craques rubro-negros mantendo a escrita e frustrando as esperanças vascaínas em decisões estaduais.
Além das Fronteiras Cariocas: A Copa do Brasil de 2006
Para provar que a paternidade não se limitava ao Rio de Janeiro, o destino colocou os dois gigantes frente a frente na final da Copa do Brasil de 2006. E o roteiro, mais uma vez, teve as cores Vermelho e Preto. Com duas vitórias (2x0 no Maracanã e 1x0 em São Januário, com direito a gol do ídolo Juan), o Flamengo conquistou o bicampeonato da competição e adicionou a 12ª e mais dolorosa pérola ao colar de vice-campeonatos do rival em confrontos diretos contra nós.
O Legado do "Vice de Novo"
Essa sequência de 12 finais perdidas não é apenas uma estatística; é um fenômeno cultural. Ela alimenta a paixão, a rivalidade e, claro, a provocação sadia que move o futebol. O grito de "Vice de novo!", entoado a plenos pulmões pela Nação Rubro-Negra, não é uma ofensa gratuita; é um lembrete histórico, baseado em fatos, de uma paternidade construída ao longo de décadas, em algumas das tardes e noites mais gloriosas da nossa imensa história.