Em 2013, o Flamengo vivia o início de sua mais profunda reconstrução financeira. Longe dos super times e dos investimentos milionários, o clube apostava em um elenco operário, desacreditado por muitos, mas que transbordava a raça que a Nação tanto se orgulha. Foi nesse cenário de "terra arrasada" que um time de guerreiros, comandado por um herói improvável no banco, calou os críticos e conquistou, de forma heróica e inesquecível, o tricampeonato da Copa do Brasil. Esta é a saga do "Time da Raça", que provou que, com o Manto Sagrado, a vontade de vencer pode, sim, superar qualquer orçamento.
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O "Time da Raça": Um Elenco de Guerreiros
A equipe de 2013 não tinha a genialidade da de 1992 ou o poder de fogo da de 2019. Sua força estava no coletivo, na entrega e em alguns pilares fundamentais:
O "Cachorro Louco" do Meio-Campo: Elias era a alma do time. Com uma energia inesgotável, ele marcava, armava e chegava à frente com perigo, personificando a garra daquela equipe.
O Brocador: Na frente, a responsabilidade dos gols era de Hernane, o "Brocador". Um centroavante que vivia uma fase iluminada e se tornou o artilheiro implacável da competição.
A Experiência: A liderança vinha de veteranos como o capitão Léo Moura e o zagueiro Wallace.
O Comandante da Casa: No banco, a grande figura era Jayme de Almeida. Ex-jogador do clube e "homem de confiança", ele assumiu o time de forma interina e, com sua simplicidade e conhecimento da casa, levou o elenco a uma glória que parecia impossível.
Uma Campanha de Mata-Mata Impecável
Na Copa do Brasil, o Flamengo desacreditado se transformou. O time abraçou o espírito do "mata-mata" e, com o apoio de um Maracanã inflamado, superou adversários mais badalados. A campanha foi marcada por confrontos épicos, como a classificação sobre o Cruzeiro nas oitavas de final, uma vitória que deu a confiança necessária para o time acreditar que o título era possível.
A Grande Final: O Duelo contra o Athletico-PR
A decisão foi contra o forte time do Athletico Paranaense. E, mais uma vez, a raça rubro-negra prevaleceu.
Jogo de Ida: Em uma Arena da Baixada lotada, o Flamengo soube sofrer. Com uma atuação defensiva impecável e um gol crucial de Amaral, o time segurou um empate heróico em 1 a 1, trazendo a decisão para o Maracanã.
Jogo de Volta: Na noite de 27 de novembro de 2013, o Maracanã pulsava. Empurrado por mais de 68 mil vozes, o Flamengo não deu chances ao rival. Com uma atuação segura, o time abriu o placar na reta final, com um gol do predestinado Elias. Nos acréscimos, coube ao artilheiro, Hernane "Brocador", fechar o caixão e sacramentar a vitória por 2 a 0.
O Legado de um Título Improvável
A conquista da Copa do Brasil de 2013 é um dos títulos mais simbólicos da nossa história recente. Em um período em que o clube abria mão de grandes estrelas para pagar suas dívidas, aquele time de operários deu à Nação a maior alegria possível. Foi a prova de que a força do Flamengo não está apenas nos craques, mas na raça, na união e na conexão com a arquibancada. Foi um título que deu fôlego ao projeto de reconstrução e mostrou que, mesmo nos tempos mais difíceis, o Flamengo é, e para sempre será, gigante.